...uma prosinha antes de dormir...

Com o tempo a gente aprende a amar a beleza da verdade. Como não amar o que é belo? Essa beleza nem sempre é o que nos traz o sorriso, há uma beleza natural nos dramas. Quem nunca chorou diante de um filme...a gente olha para aquela cena e a única coisa que nos resta expressar é aquele choro.
Recentemente vi o filme " O Pianista", no momento da cena, em que ele em meio a uma casa já aos pedaços por causa da guerra, encontra um piano e começa a senti-lo e por fim senta e começa a tocar. Só restou as lágrimas...
O que adoece não são as coisas forçadas que diariamente, eventualmente, fazemos, mas a falta de sentido. Quando conseguimos colocar sentido na coisa, essa coisa deixa de ser apenas uma coisa, ela se torna um simbolo que apenas nós entendemos. Criamos nosso mistérios e abrimos ao mesmo tempo a possibilidade de acesso a ele para quem desejarmos, Adélia dizia: " medo tenho de não ter mistérios!". Aquela cena para mim fez sentido pois tocou aquele mistério que guardo.
Como disse abrimos a possibilidade de acesso de um outro tocar aquilo que até então somente você entendia.  Isso acontece quando o outro começa a entender uma cena da sua vida com as suas lentes. Uma árvore não é apenas um árvore, uma música não é apenas uma música, um jardim não é apenas um jardim, um erro não é apenas um erro, a vida do outro deixa de ser apenas a vida do outro, tocamos em sua verdade...faz-se um cordão de três dobras, aquele que o Salomão disse que não rompe facilmente...

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