...prosinha em uma manhã de domingo....


A história de qualquer pessoa só pode ser contada de trás para frente. Seguindo pela ponta final de qualquer novelo conseguimos, com cuidado, desembaraçar-lo. Chega-se depois, naturalmente, de uma travessia traçada. Guimarães Rosa nos alerta para isso, o importante não é o final ou muito menos o início, porém, a travessia. Nela que as linhas vão se cruzando, embaralhando, ganhando certa forma...interessante que quando se olha para um novelo apenas conseguimos enxergar a sua superfície, no entanto, percebe-se facilmente que há uma camada densa de linhas escondidas por debaixo.
Segue-se a lei natural de nossas próprias inscrições, nosso código genético é armazenado como um novelo enrolado em alguma superfície, se assim não fosse, não caberia dentro da célula. Aparentemente cada sujeito se faz assim,  toda extensão da linha da sua vida enovelada no presente, no presente momento.
Momento presente é apenas o breve resumo, sem resenha, de toda a travessia feita. Merton, nos atenta que se quisermos conhecer em qualquer oportunidade, o sujeito, temos que descobrir a que distância se encontra de seu início, e o quanto está próximo do seu fim. Aquele primeiro olhar sobre qualquer pessoa pode dizer qualquer coisa sobre a mesma, mas nunca em sua totalidade, mister para conhecer o outro é desenrolar o seu novelo mesmo já sabendo que nunca conseguirá faze-lo por completo.
Trabalhoso fazer isso, requer investimento de tempo, cuidado e zelo. Jung mesmo fala, pode-se saber todas as teorias mas, diante de uma alma humana, somos somente outra alma humana. Por isso, muitos acreditam que a primeira impressão é a que fica, poucos entendem que é preciso desenrolar o outro para conhece-lo.

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