....cordas novas...

Desde que tento aprender a tocar violão, ganhei uma mania, um pouco estranha, um pouco de velhice, gosto do som das cordas velhas. Os sons graves opacos me encantam, verdade que esses sons não possuem a viralidade do encordoamento novo que preenche todo o espaço. Por outro lado o som opaco tem a graça  do tempo, da prática, da fluidez. O som não preenche, porém traz para perto, para ouvir com clareza é preciso estar perto para entender o que as notas misturadas nos acordes dizem. Som opaco é festa íntima, pois, intimidade somente para aqueles que se achegam, sentam perto e se põe a querer entender.
Pela manhã, faltava uma corda. Um espaço vazio entre as outras cordas. Doeu um pouco ver a corda divida em dois, a tensão sobre ela foi tanta que não aguentou, teve que romper. Por outro lado, alegria de um som novo que está para nascer quando as novas cordas chegarem. Novo tempo...
Mas há outra coisa que chama muita atenção, quando a gente retira todas as cordas antigas, nosso violão fica mais exposto, no meu aqui, é fácil perceber  as falhas da tinta no braço, o desgaste mostrando onde as cordas foram apertas para o som aparecer, assim por mais que as cordas novas apareçam com o seu som viril, o violão já está marcado com o tempo. Entretanto, com o desgaste, fica mais fácil deslizar os dedos para formar os acordes, naturalmente, com a dedicação sempre necessária para a música aparecer....

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