Nossos retalhos


Por essas diversas prosas que já fiz na vida, quando me pego observando várias maneiras de pensar, um emaranhado de diversas personalidades consigo identificar. Bem verdade, pelo que me consta que todo mundo é um pouco de cada coisa, entretanto, há sempre algo que destaca, salta aos olhos. Um jeito que é característico, um modo que identifica a pessoa. Em uma era cartesiana, separou-se os detalhes para nomear.  Particularmente acho estranho esse modo de entender o mundo, fazer essa divisão expõe a um risco que nada depende de nada, como se tudo fosse solto, sendo que na verdade tudo está entrelaçado, do exposto ao íntimo. Graça é unir, costurar o retalho e fazer uma colcha.
Mas, assim como uma colcha de retalhos, vamos das partes para o todo.
Há pessoas que são viciadas em agitação, de tanta agitação que os padrões sociais não importam. Procurar apenas badalação, tudo aquilo que é estimulante lhes importam. Desejam apenas os bons momentos da vida e quanto mais imediato o desejo saciado, melhor. Olhando bem, sempre apresentam com certa sensualidade que envolve sua animação e divertimento próprio...mas passados esse momentos de euforia, pouco possuem para oferecer a mais, confiança é uma palavra que não existe no vocabulário dessas pessoas.
Outros vivem para receber atenção e aprovação, importante mesmo é fazer bonito, fazer espetáculo por isso também dramáticos. Conhecendo melhor, não conseguem nem ao menos olhar no espelho da realidade da sua vida, preferem a fantasia confortável do gozo. Fazer algo considerado errado é o mesmo que enfiar uma estaca no coração, não conseguem conceber o erro ou muito menos ter maus pensamentos sobre alguém. Só querem ajudar, mas cá entre nós, alguém que presenciou o estrago que uma pessoa boazinha pode causar? Interessante também notar que seus comportamentos dirigem muito mais aos auto-enganos, coitado de quem ousar a mostrar a realidade.
Ah, mas há aqueles grandes, vivem para viver fantasias grandiosas, pois são grandes! Obstinados a se colocar no posto do mais, mais inteligentes, mais talentosos e os melhores do mundo. Porém, para esses não existe um outro, não cabe espaço para um outro pois estão sempre acima de todo e qualquer mortal. Certo é que há narcisismo sem grandeza, não existe grandeza sem narcisismo.
Mas tem aqueles outros que sempre estão atrás de um porto seguro, buscam-o através da busca dos mínimos detalhes em tudo, para se ter controle, controle total, controle sobre tudo. Quando a sua relação com outro, não se alegram em magoar o outro, mas nunca deixaram emeaçarem seu instinto controlador. Por isso também tanta dificuldade de se tomar qualquer decisão.
Umm e os que sente constantemente perseguidos, esse enxergam o que os outros não vêem, sempre querem saber a verdade e extinguir toda a ambiguidade da vida, sempre estão de acordo com as normas, como se estivessem cravados em uma pedra e querem que todos ao seu redor se nutrem dessa mesma norma...apenas não enxergam que seus comportamentos faz com que as pessoas sim o persigam.
Como disse, creio que somos um pouco de cada....conhecer-se é o desafio para se ter maturidade e em igual escala saúde metal....

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