Sobre inteligência e sabedoria
“A palavra grega que designa sábio se prende, etimologicamente, a sapio,
eu saboreio, sapiens, o degustador, sisyphos, o homem de gosto mais apurado; um
apurado degustar e distinguir, um significado discernimento” (filosofia na
época trágica dos gregos)
Antes é preciso definir a
diferença entre inteligência e sabedoria, dizem que a primeira relaciona-se com
a capacidade que nós temos de manipular e conhecer o mundo, já a segunda se
relaciona com a capacidade que nós temos de saborear o mundo. Como podem
perceber há uma grande diferença entre manipular-conhecer e saborear. Saborear
liga a felicidade de estar inserido no mundo. Um pouco mais, a inteligência nos
proporciona meios para viver, já a sabedoria nos dá razões para viver.
Hoje nas escolas existem testes
de conhecimento a respeito de um determinado conteúdo, nas escolas fazem a
medida da sua Inteligência por meio de questões. Cá para nós, vou falar bem
baixinho se não um professor metódico pode ouvir e não gostar: “é possível
medir o quanto um aluno aprendeu de um conteúdo com provas recheadas de
armadilhas esperando o aluno cair dentro?”. Não há pelo menos para meu
conhecimento, testes de sabedoria nas escolas. Qual o gosto que o aluno possui
de aprender determinada matéria? É preciso sentir prazer naquilo que escolhemos
fazer e, o que o ensino formal tem a oferecer nisso?
Eu tenho uma estranha mania de
começar as coisas pelo final, uma revista, as vezes um livro, um cd e por ai
vai; ver as coisas ao seu contrário. Coisa estranha isso, não? Não sei dizer se
há uma razão para isso, mas sei que utilizo disso para ter maior prazer no que
faço. Exatamente isso, por muitas vezes andar na direção contrária. Penso aqui,
se o ensino trouxesse isso para as salas de aula poderia se uma boa alternativa
para motivar os alunos, um exemplo: do que adiantaria ensinar a uma criança a
ler uma partitura se essa não conhece o que aqueles símbolos são capazes de
fazer quando colocados em prática em uma orquestra? Por isso, antes, mostraria
a beleza que existe em ouvir uma música, despertaria a curiosidade de como é
feito aqueles sons e apenas depois apresentaria a clave de sol. Foi assim que
ganhei gosto por um violãozinho. Outro exemplo bem próximo: não gosto de
estudar planta, até fiz botânica na faculdade, um desespero acredite! Agora se
me fosse apresentado a razão de aprender aquelas coisas, será que não teria
outra postura para assistir aquelas aulas.
Falando dessa forma, posso passar
a imagem de que tenho esse dom, sabedoria, não o tenho e, muito menos sei se um
dia vou ter (não deixo de buscar), o que tenho é admiração de quem soube
encontrar e colocar em prática no sentido de uma ascese (i.e. exercício prático que leva a efetiva realização da virtude, a
plenitude da vida moral.)....
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