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...existe um história que conta sobre uma menina e seu pássaro encantado, segue que o o pássaro de tempos em tempo visitava a menina e contava as histórias que ele vivia em seus voos pelo mundo, a menina por sua vez fica admirada a cada história que o pássaro encantado contava, admirava-se ainda mais a cada nova visita, não somente pelas histórias, porém, pela mudança das cores de suas penas a cada viajem. Dizia o pássaros que os lugares que ele visitava deixava o suas cores em suas penas, assim a cada nova história, novas também as cores. Entretanto, todas as vezes que o pássaro seguia para suas viagens, a menina fica triste, sentia saudade e sempre perguntava ao pássaro porque ele teria que ir embora se ele poderia ficar ali com ela o tempo todo para sempre, o pássaro por sua vez respondeu que a saudade sempre era preciso existir pois o seu encanto estava justamente na saudade. A menina não conformada com a situação resolveu prender o pássaro em uma gaiola. – por que fez isso, perguntara o pássaro- agora minhas penas irão perder suas cores, ficarei doente e com o tempo morrerei para você, a saudade irá acabar...o tempo passou e foi justamente esses sinais que aconteceram, até um dia o pássaro já sem cor, triste, fraco, pediu para que a menina a soltasse para que ele pudesse ganhar vida novamente, para suas penas voltassem a ter cores, e pudesse acima de tudo voar. A menina vendo tudo isso resolveu com muito relutância soltar o pássaro para seu voo com o receio de ele ir e nunca mais voltar a vê-la...assim todos os dias depois que o pássaro foi ela ficava na janela, com saudades, esperando que ele voltasse, até que um dia, ele enfim voltou com suas penas coloridas, cheio de histórias para contar...logo foi para novos horizontes...logo voltava com novas cores e novas histórias...

Lembrar dessa história como agora fiz, é lembrar que sou capaz de sentir saudade, e saudade é para aqueles que a cada dia aprendem o significado de amar, digo aprender significado porque deste em sintonia com a nossa vida sempre agrega novos. Saudade é também aprender da continuidade de nossas vivencias marcantes nas quais a saudade cabe, ou saber que a ‘saudade é uma espécie de velhice’ que não é marcada pelo tic-tac do relógio.  Por outro lado sentir saudade é fazer memória do exato tic-tac do que já passou. E muitas vezes saudade é aquilo que faz nossa alma movimentar e, nossa alma tem sede constante de beleza e felicidade, logo sentir saudade é voltar àquela cena de felicidade e beleza que um dia foi pintada em nós.

Cada cena é um exercício da saudade e também de esperança de reencontrar nas reticências de nossa vida uma amostra de beleza e felicidade que já se experimentou no passado. Assim, sentir saudade é querer continuidade, querer reticências, querer cenas que embora as paisagens sejam diferentes, a experiência de beleza reapareça...por fim, mas não finalmente, essas cenas de beleza e felicidade é coisa que vem de dentro, do coração, movidas pela sensibilidade...